Avançar para o conteúdo principal

Bolo funcional de banana e alfarroba


Estou mesmo feliz em poder partilhar convosco uma receita que nasceu de uma mistura inusitada de ingredientes que fui encontrando na minha dispensa. A ideia era fazer uma bolo que não levasse nenhum tipo de grão. E, por isto, o desafio era grande. 
Sim, deve haver montes de receitas destas espalhadas pela Internet, mas sempre há um ingrediente ou outro que nos falta. E vocês sabem, não é? Sou mesmo dada às experiências culinárias. Penso que aprendemos imenso, sobretudo quando falhamos.
É claro que não tem graça nenhuma errar e quando usamos ingredientes que não são propriamente baratos é bastante aborrecido. 
Não é o caso desta receita, pois exceto a farinha de amêndoa, os demos ingredientes têm preços bem acessíveis.
A primeira coisa quando pensamos em fazer um bolo sem grãos é saber a proveniência da farinha que estamos a usar.  Como é óbvio, usei a farinha de alfarroba, que é obtida através da moagem das vagens de alfarroba e tem um sabor muito aproximado ao do chocolate. Escolhi também o polvilho doce e o azedo, que é obtido através da mandioca; a farinha de linhaça que nada mais é que sementes de linhaça moídas e a de amêndoa e o coco seco ralado que dispensam explicações. Usei dois tipos de polvilho, porque o doce serve para dar estrutura à massa e o azedo, elasticidade.
Chamei este bolo de funcional, porque cada ingrediente dele tem uma função no nosso organismo. Eu tenho lido sobre isto, mas não quero ser eu a vos explicar sobre elas. Sugiro que se informem através de um profissional de nutrição e dietética. 
Para mais, isto não é um blog de nutrição, mas de aventuras culinárias. As receitas acabam por acompanhar a minha vibe do momento. Às vezes mais doces, outras mais salgadas. E digo-vos que estou num momento de muito interesse pela culinária vegetariana e vegana, apesar de ser carnívora. Tenho apreço pelo modo como conseguem substituir ingredientes e fazer uso de outros que já existiam há séculos e que saíram da nossa lista de compras por um motivo ou outro. Bem, se eu começo a divagar sobre isto nunca mais termino este post.
Além disto, quando comemos, o melhor mesmo é aproveitar e não pensar se é funcional, se é fit, se engorda. O melhor de preparar um bolo é saboreá-lo depois como deve ser: sem culpas nem remorsos. Ora passemos aos ingredientes:
3 bananas  (300 g) maduras
1/4 de farinha de alfarroba 
1/4 de xícara de farinha de linhaça
1/4 de xícara de polvilho doce
1/4 de polvilho azedo
1/2 xícara de coco ralada desidratado
1/2 xícara de farinha de amêndoa
1 xícara de açúcar de coco ou mascavado (claro).
1 colher de sopa de óleo de coco
1 colher de sopa de fermento para bolos.
2 ovos inteiros.
Passa de uva e nozes picadas (opcional).
Como fazer:
Num recipiente misture todos os ingredientes secos, exceto o açúcar e reserve.
Bata os ovos inteiros com uma chávena de açúcar mascavado claro, até obter um creme (cerca de três minutos ). Adicione o óleo de coco e as bananas desfeitas em puré e bata mais 10 segundos. Junte a mistura líquida aos ingredientes sólidos e mexa devagar, até envolver todos os ingredientes. Nesta altura, coloque as passas e as nozes, se for o caso.
Unte uma assadeira média, untada com óleo de coco e forre com papel vegetal. Leve para assar, durante 40 minutos, em forno pré-aquecido a 180 graus C. O resultado é uma bolo bem úmido e delicioso para acompanhar um chá ou um café.
Ah, esta receita é uma aventura culinária que felizmente deu certo, mas sempre é possível melhorar. Por isto, se a fizerem em casa, deixem ficar aqui dicas e comentários para que outras pessoas também possam tirar proveito das melhorias. 

E, já agora, se não fosse pedir muito, façam um like na página do Foi p'ra panela no Facebook ;). Também me podem seguir pelo Instagram em @foiprapanela

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Creme de ervilha e couve-flor

Numa segunda-feira normal eu nunca faria sopa ou qualquer outro caldo quente ao almoço. Almoço sempre sozinha, por isso, as minhas refeições ao almoço costumam ser rápidas. Adoro legumes e hortaliças, mas prefiro-os crus (e, desde que comprei um espiralizador, ando a espiralizar tudo o que encontro rs). Quanto à sopa, tenho a noção, talvez errada, de que demora imenso tempo a preparar, mesmo quando posso contar com uma robô de cozinha que quase a faz por mim.  Mas hoje foi um dia especial: segunda-feira de Páscoa. E o que isto tem a ver com a sopa? Diretamente, nada.  Na verdade, a segunda-feira de Páscoa, para mim, ainda soa um bocado estranho. Não duvido que seja porque em algumas aldeias, cá em Portugal, ainda seja preciso esperar pelo compasso às segundas. Embora tenha a noção de que, desde que cá vim morar, há mais de 10 anos, esta tradição tenha vindo a diminuir.  De qualquer forma, com ou sem compasso, na segunda-feira após a Páscoa ainda não há aulas. E os mi...

Salmão com crosta de broa de milho

Eu não consigo eleger uma comida preferida, mas o salmão é, de longe, o peixe que eu mais aprecio. Hoje eu preparei lombos de salmão com crosta de pão, mais especificamente a broa de milho. Parece que está na moda, no mundo da culinária caseira, a utilização de Panko, um tipo de pão japonês que não deixa nenhuma crosta de pão ficar mal. Mas eu sou bem avessa à moda e, por isso, eu usei broa de milho para preparar a minha. Usar a crosta é uma boa forma de conservar a humidade do salmão no forno. E, mais do que isso, evitar reclamações de que o peixe ficou seco. Para fazer a crosta eu usei: 250 g de broa de milho; Duas colheres (sopa) de salsa; Um dente de alho; 30 ml de azeite; Raspas de casca de limão; Uma pitada de sal; Para o salmão: 1 k de salmão (três lombos grandes); 3 colheres (sobremesa) de mostarda biológica; sal q.b.; pimenta-preta moída na hora q.b. crosta de broa até cobrir o salmão; Não encontrei nenhuma dificuldade na preparação. É o sa...

7 dicas para cozinhar com repolho-roxo

O repolho-roxo ou couve-roxa é um alimento saudável e, quando bem preparado, rende pratos bastante saborosos e pouco calóricos. Fica muito bem quando combinado com maçãs, seu parceiro natural, mas também com batatas e como acompanhamento de carne de porco. Existem muitas receitas nas quais a couve-roxa é estrela. Selecionei algumas dicas, da página Good Food, da cadeia inglesa de comunicação BBC, para poder aproveitar o melhor deste alimento. 1. Ao escolher o repolho/couve, prefira aquele que sentir mais pesado, brilhante e com folhas nítidas; 2. Evitar os que tiveram já a camada superior removida; 3. Ao preparar, corte o repolho/couve em quartos, retire a parte mais dura do meio, corte em tiras e lave-as bem; 4.Se o for cozer, adicione vinagre vermelho à água da cozedura para manter a cor roxa vibrante do alimento; 5. Não coza demasiado; 6. Não utilize muito vinagre para o temperar, pode saber muito a picles. 7. Prefira comê-lo cru, em saladas, para aproveitar melhor seus n...