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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

Na rota das especiarias: arroz doce com cardamomo e cominhos

Ontem à noite, para me recuperar do total flop culinário do almoço, sentei-me diante do computador com a intenção de encontrar uma receita doce e reconfortante. Como já passavam bons e largos minutos das 22h, eu tinha de optar por algo cujos ingredientes tivesse em casa. Abri a gaveta dos condimentos e logo me saltou aos olhos um vidro com sementes de cardamomo verde! Ao lado, um pequeno pacote de cominhos e , mesmo à beira, um pote com paus de canela. Sim, era mesmo isto: arroz doce! Devo ter lido em algum lugar, de que agora não me recordo, sobre arroz doce aromatizado com cardamomo. Tal e qual Vasco da Gama a aventurar-se pelo caminho marítimo das índias, enchi-me de coragem e meti tudo na panela: arroz, açúcar, leite e ovos. À receita tradicional do arroz doce, esse doce que costuma frequentar as mesas portuguesas nas festas de Natal, acrescentei uma colher de café de cominhos e duas quantidades iguais de cardamomo. E foi assim, a desenhar a minha própria rota das especiarias, que

Uma massa, muitas formas e sabores

Sexta-feira eu não cozinho! É o dia internacional da pizza cá em casa. E quem diz pizza diz qualquer outro fast-food que não demande horas em cima do fogão ou do forno. É também o dia em que o saldo de panelas para limpar de seguida é bem menor que o costume. A massa da pizza foi bem simples de se fazer. Não demorou mais de 15 minutos entre misturar os ingredientes e sovar. Sovar é, de resto, a parte mais cansativa. Haja braços. Enquanto sovava, recordava-me das histórias que meu pai contava, e costuma contar sempre que tem ocasião, sobre a padaria do meu bisavô e das vezes que se levantava ainda de madrugada para entregar o pão. A viagem até a padaria, no interior de São Paulo, levou-me a pensar que talvez sobrasse massa para uma focaccia e alguns grissini! A vantagem desta massa é justamente poder lhe dar muitas formas e sabores. Aliás, a minha pizza nunca fica redonda! Passados 10 minutos a sovar, tive a esperança de que a massa se descolasse da mão por completo, mas isto não acon

Tarte Tatin de tomate-cereja

Dizem que a Tarte Tatin, em português, tarte-invertida, foi inventada pelas irmãs francesas Stéphanie e Caroline Tatin e que deve seu nome a um erro culinário de Stéphanie. Normalmente feita com frutas, é uma sobremesa típica da França.E, ao que parece, também passou a integrar a mesa dos franceses no início das refeições, como entrada ou, se preferir, hors-d'oeuvre . Já a encontrei confeccionada de formas diferentes em diversos sites de culinária francesa. E era mesmo de uma entrada que este blog estava a precisar! Porque não buscar inspiração francesa e tentar fazer uma entrada como deve ser (ou quase)? Para uma tarte pequena, eu usei: 500 g de tomate-cereja (acho que pode ser o chuchinha); Duas colheres de sopa de açúcar (bem cheias); Uma colher e meia de sopa de vinagre balsâmico Raminhos de tomilho 1 colher de sopa de azeite; 1 pacote de massa folhada. 1/2 cebola em fatias sal; pimenta; Tudo pra panela, até caramelizar. Numa forma untada com manteiga, deita-se os tomates-c

Saladas festivas

Eu gosto muito de misturar frutas nas saladas. Abacate, pêra, maçã, manga, laranja... Eu costumo pensar que adicionar fruta deixa a salada com cara de festa. Para a ceia de Ano Novo, por exemplo, eu preparei uma receita com rúcula, figos e uma redução de vinagre balsâmico e mel. Como era Revéillon, achei que ficava melhor salpicá-la com romã. Assim, a sorte estava garantida. A Rita Lobo tem uma receita de salada de agrião com figos e batata baroa (mandioquinha), que é de chorar por mais. Houve um tempo que eu, literalmente, viciei na salada de grão-de-bico, atum, abacate, tomates-cereja e ovos cozidos. Depois, houve uma fase de alfaces com maçã e nozes. Hoje lembrei de por no prato a minha combinação preferida: rúcula e pêra. À essa dupla juntei um bocadinho de azeite, sal, pimenta e lascas de parmesão. A sério, eu passava o dia a comer desta salada sem me cansar. Mas não se pode abusar, não é? Sobretudo do queijo. Mas juro que foram só umas lasquinhas.

Robalo grelhado com manteiga de alho e ervas aromáticas

Cozinhar, para mim, é sobre ser criativo, é sobre reciclar e, como já tenho dito, sobre experimentar. O prato de hoje é bastante simples, mas reflete bem o que eu quero dizer com estas premissas. Sempre que posso faço um peixinho cá em casa. Às vezes não é possível, porque também gosto muito de reaproveitar as sobras do dia anterior e transforma-las num prato novo. Mas, ultimamente, talvez por causa do blog, eu tenho caprichado um bocadinho mais e, então, quase não sobra para o almoço do dia seguinte, o que dirá para o jantar. A ideia inicial era preparar um prato com inspiração oriental e encontrei uma receita rápida e fácil de preparar no livro "Na cozinha com Nigella" (editora Civilização). Sim, toda a aspirante à cozinheira que se presa já se inspirou nos cozinhados de Nigella Lawson, mesmo que secretamente. Por observá-la muitas vezes, tanto nos programas de culinária que apresenta na TV como na leitura dos seus livros de culinária, apercebi-me que alguns dos ingredi

Lista de compras: fiel companheira?

Agora é a sério! Você é daquelas que fazem uma lista de compras todas vezes que vai ao supermercado ou sempre sabe, de cabeça, o que falta na despensa lá de casa? Eu confesso que, muitas das vezes, saio de casa sem a tal lista e, das duas uma: ou acabo por comprar bem mais do que eu preciso ou me esqueço de alguma coisa importante. E não estou a falar somente das compras do mês, não. Para estas exitem até itens específicos que devemos ter em conta. Estou mesmo a pensar naquelas saídas "urgentes" de casa. Especialistas em finanças domésticas garantem que fazer uma lista com o que precisamos ajuda-nos a poupar tempo e dinheiro. Um luxo! O pior é que eu sei que não tenho desculpas para não apontar tudo aquilo de que preciso. Vivo na era digital, não? Sei que existem muitos aplicativos criados especialmente para isto. Outro dia estive a analisar o "lista de compras - Meu carrinho". Não foi por indicação ou gosto. Simplesmente o escolhi porque é um dos mais bem avaliad

Linguini com pesto de abacate

Sabe aqueles dias em que tudo o que a gente quer fazer para o jantar é esperar que ele apareça pronto à nossa frente. Pois, hoje é um daqueles dias. Por isso eu optei por preparar uma comida simples e rápida. Simples, mas saborosa: massa com pesto! Há algum tempo que eu venho experimentando ingredientes diferentes para fazer este molho e fugir do básico "pesto de mangericão". Já o fiz com tomates secos, com rúcula, espinafres, salsa, brócolos e até abóbora. E sei bem que ainda há muitos por testar. Foi numa destas buscas por receitas fáceis e apetitosas (que eu pudesse fazer cá em casa), que encontrei a ideia para o prato de hoje: "Linguini com pesto de abacate" . Penso que este prato ficava ótimo acompanhado com um ovo escalfado ou cozido. Mas como eu tinha cá em casa perninhas de frango já temperadas, foi mesmo isto pra panela. Para o pesto de abacate eu usei: 1 abacate pequeno maduro 1 dente de alho 1/4 de chávena de azeite 1/2 chávena de mix de frutos secos

Magnolia´s cupcake de baunilha

A minha irmã mais nova, que acaba de ser mãe de uma menina linda, sempre adorou viajar. De uma das vezes que ela esteve em Nova Iorque, trouxe-me de lá um livro de receitas maravilhoso e inspirador. Poderia ser um livro normal, não contivesse este calhamaço as receitas dos famosos cupcakes do " Magnólia Bakery ", a famosa confeitaria de "Sex and The City". Se a Carrie Bradshaw passava o dia todo só com uma trincada destas doçuras ;), imagina o que é ter, nas mãos, o segredo para fazer vários deles! A receita é relativamente fácil de executar. Os ingredientes são simples. Para fazer cerca de 20 cupcakes, eu precisei de: 1 1/2 chávena de farinha de trigo com fermento 1 1/4 chávena de farinha de trigo normal 100 gramas de manteiga/creme vegetal 4 ovos grandes (à temperatura ambiente) 1 chávena de leite Claro que não me contentei com a receita normal. Depois de encher umas doze forminhas, eu acrescentei, no resto da massa, uma colher de sopa de cacau em pó e duas

Oh linda tapioca

O meu pequeno almoço é tudo, menos diversificado. Café preto, para acordar, e uma papa de aveia, feito com leite de aveia, para saciar. De vez em quando, muito de longe a longe, como um iogurte grego com sementes de chia e mel. Não tolero muito o leite pela manhã. E, quando digo leite, refiro-me a todas os seus derivados, incluindo o iogurte, que acabei de citar. Eu adoro cozinhar e inventar comidinhas novas, mas de manhã eu só quero é me despachar e tão ter de pensar muito no que comer. Há 10 anos que moro em Portugal e que o meu sonho de consumo tem sido saborear uma bela tapioca no desjejum. É ridículo dizer isso mas, só recentemente soube, por uma colega do ginásio, onde é que se pode comprar a farinha de tapioca desidratada, ideal para este tipo de prato. Eu só precisa pensar se, o trabalho de procurar aquela lojinha de produtos brasileiros, na baixa do Porto, valia à pena. Como voltei recentemente de São Paulo, para onde fui de férias, pensei que talvez pudesse adiar a tal busca

Bolo vegano de chocolate e café

No ano passado, na altura da Páscoa, o meu filho participou de uma oficina de culinária organizada pela Fundação Serralves. Entre os vários doces pascais que ele aprendeu a fazer, chamou-me a atenção um bolo de chocolate sem ovos e feito com leite de soja, no lugar do leite comum. Como ele insistira muito, voltamos a fazer o tal bolinho cá em casa. Eu, muito a contragosto, segui a receita passo-a-passo. Agora digo que é uma pena não saber a autoria da receita. A massa é feita com: 1 chávena (250 ml) de leite de soja; 1 chávena de açúcar mascavado; 1/3 chávena de azeite; 1 chávena de farinha de trigo; 1/3 chávena de cacau magro em pó (não é chocolate! isto muda tudo; 1 colher rasa de sobremesa de bicarbonato de sódio; 1/2 de sobremesa de fermento em pó; Tudo no forno para assar, durante 40 minutos, a 180 graus. O fato é que raramente tenho leite de soja na despensa. E o resto, já se advinha! Sim, eu mudei a receita e meti café no lugar do leite. Confesso que tive medo do resul

Couscous de quinoa e tâmaras

O prato do dia é o couscous. Escolhi-o por ser muito gostoso e fácil de fazer. Mas, também, para atender a minha cunhadinha, que me pediu para fazer um prato saudável. Ora, a comida mediterrânica faz parte de uma das dietas mais saudáveis do mundo. E, às vezes, sabe bem cozinhar algo assim: rápido, saboroso e saudável. Existem vários tipos de couscous. O tradicional é feito com caldo de borrego, legumes e sêmola de trigo e é um prato típico no Magrebe. Mas quando o assunto é comida saudável, Martha Rose Shulman é uma daquelas cozinheiras-escritoras que mais me inspiram. A sua coluna no New York Times é impervível para quem gosta de cozinhar. Então, hoje eu resolvi experimentar uma receita de couscous israelita. Mas fui tentada,  de novo, a fazer algumas alterações. E não é que, desta vez, eu resolvi substituir o ingrediente principal! Eu sei: insurrecta e incorrigível. Um dia eu aprendo. A ideia era fazer um couscous de quinoa, no lugar da tradicional sêmola. E valeu muito a pena.

Doce como a vida deve ser

Eu acho o alecrim (que também atende pelo nome de Rosmarinus offinalis) uma daquelas ervas milagrosas capazes de aromatizar e transformar qualquer prato. Seja ele doce ou salgado. Para que eu pudesse utilizar o restinho do alecrim colhido ontem, fui buscar inspiração num livro de cozinha francesa. Nada de haute cuisine ,não. Mas destes livros que a gente acha nos saldos e nos alfarrabistas. Sabe? Foi assim que surgiu a ideia de preparar um crème brulée aromatizado com alecrim, à minha maneira, claro. Preciso dizer que foi uma aventura. Enquanto a base da receita segue os parâmetros normais, como os ovos e o creme fresco, o resto foi dar aso à minha imaginação. Eu já tinha visto esta receita algures, num programa qualquer na TV, e pensei que nada poderia correr assim tão mal. Mas, para a próxima vez, definitivamente, precisarei de acertar alguns detalhes. Para este creme com açúcar queimado por cima eu usei: 400 g de creme de leite fresco 50 ml de leite gordo 75 de açúcar em pó

Pão amigo

Não vou mentir, mas o "Panelinha" foi um dos melhores livros de receita que eu já li. Ideal para quem, como eu, adora variar, mas não gosta de muita complicação. Folheando as suas páginas, não resisti a testar mais uma de suas receitas: Pão integral de alecrim .  Desta vez, eu não alterei quase nada. A lista de ingredientes é super simples: 2 ramos de rosmaninho/alecrim 1 chávena (chá ) de água 2 chávenas de farinha de trigo 1 chávena de farinha de trigo integral 10g de fermento seco para pão 3 colheres  (sopa) de azeite Óleo de canola para untar Sal a gosto Eu sempre achei um pouco suspeita esta história de pão integral, uma vez que dois terços da farinha da receita é aquela farinha branca de sempre. Então, eu fui ao supermercado e já comprei a mistura de farinha para pão integral pronta. O meu único trabalho foi juntar tudo numa tigela grande e sovar, sovar, sovar até o braço doer um pouquinho e esperar. E não é que ficou bonito e gostoso. Ufa! Ah, enquanto eu e