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A mostrar mensagens de março, 2016

Leite de coco caseiro

Ando numa maré de pouca sorte. Não bastasse ter queimado todo o praliné de amendoim no último domingo  de Páscoa,  hoje entornei uma recreita toda de leite de soja Bimby abaixo. Foi leite e soja desfeita por toda a cozinha. Como a máquina trabalha sozinha, só dei conta do ocorrido quando já não podia fazer mais nada. Enfim, coisas que acontecem aos cozinheiros mais destraidos,  feito eu. Como eu queria um leite vegetal para ontem, e não queria  esperar por mais 5h para fazer outro leite de soja,  fui à caça de uma receita de leite vegetal que não levasse mais que cinco minutos do meu tempo. E não é que encontrei! Este leite de coco caseiro faz-se num instante e,  ainda, ficamos com uma boa quantidade de coco fresco ralado para uma outra receita qualquer. Bem, na verdade, penso que a sorte esta-se a virar para o meu lado novamente.

Porco na pressão com redução de anis e mel

Depois de três dias de férias de Páscoa, está na hora de regressar ao blog. Não, eu não estive estes três dias a descansar. Pelo contrário, cozinhei muito.  Fiz uma versão de folar com a receita do "pão de deus", que já postei aqui . Fiz coquinhos, na Bimby. Fiz tarte de chocolate com açúcar de laranja. Até queimei uma receita inteira de praliné de amendoins. A sério, só me apetecia chorar ao ver aquele amendoim todo torrado na panela.  O prlainé de amendoim faz-me regressar à infância. A minha avó materna costumava fazê-lo na Páscoa, para rechear ovos coloridos. Cascas de ovos que ela guardava o ano todo e, quando chegava a Páscoa, as pintava e as recheava com aqueles amendoins envoltos numa crosta de açúcar. Punha os ovos em ninhos,  feitos muitas vezes com tiras de jornal, e os escondia no quintal. Esta receita foi-me passada pela minha tia Lúcia, irmã mais velha do meu pai. Desde então, tenho feito questão de a repetir todos os anos, na Páscoa. Este ano não tev

Bolo de fubá com laranja e rosas

O Manel fez anos ontem. Ao contrário do que se poderia imaginar, eu não lhe fiz um almoço ou jantar especial. Fomos comer fora. Um bistrô muito simpático na baixa do Porto, de uma chef amiga e, porque não dizer, extraordinária cozinheira. Da carta, optamos por um caril de frango, servido com arroz de amêndoas, ambos muito bem preparados. Mas celebração de anos sem bolo não existe. Por este motivo, eu resolvi fazer um bolinho rápido e chamar alguns amigos íntimos. Da cartola, puxei uma receita muito caseira de bolo de fubá e laranja. O inusitado neste bolo fica por conta da sua cobertura de açúcar perfumado com rosas e framboesa, cuja inspiração fui buscar nas receitas de Nigel Slater. Fiz um bolo pequeno, uma vez que a Páscoa se aproxima e eu ando a comer doces a semana toda. Adoro! Para este bolo foram para a panela (batedeira): 2 ovos; 1 copo de açúcar 1 copo de farinha de trigo; 1/2 copo de fubá (farinha de milho); raspas da casca de duas laranjas; 1 colher de sobremesa de

Pão dos deuses

Ontem à noite tive uma vontade súbita de comer "Pão de deus". Na verdade, não era súbita. Há tempos que eu olho, com o canto dos olhos, para as bandejas com "Pão de deus" que ficam expostas, na secção de padaria, no hipermercado onde faço as minhas compras.  Tão doces, cheios de açúcar e coco. Tenho resistido bravamente à tentação. Mas, só para aliviar o desejo, fui atrás da receita. Foi a minha morte. Eu, que me tenho dedicado aos pães integrais e pães com soja tenho de confessar: a verdade é que , como diz a canção interpretada por Adriana Calcanhoto, eu sempre gostei de pão doce. Nem tive trabalho para os fazer. Optei pela receita da Bimby e poupei o trabalho de amassar o pão. É claro que é possível fazer sem a Bimby. Aliás a parte de amassar o pão é a mais prazerosa de todo o processo de confecção. Para a massa destes pães eu usei: 600g de farinha tipo 55; 100g de manteiga; 100 ml de leite; 150 ml de água; 100 g de açúcar. 25 g de fermento de

Risotto com shimeji e espinafres

O prato do dia hoje é o risotto com shimeji e espinafres. Algo que, no que diz respeito ao mundo culinário no qual tenho estado imersa, deve ser, no mínimo, uma combinação inusitada e de mal gosto. Por quê? Cansei-me de buscar por uma receita de risotto de shimeji, mas pelo que pude constatar o tal do cogumelo oriundo do leste asiático e a sua fragilidade só ficam bem ora salteado e temperado com molho de soja ora em sopas e caldos com noodles de arroz (japonês). Por aqui, no máximo com uma polenta. Enquanto eu continuo a minha busca, deixo cá ficar o registo do que foi pra panela: 1 chávena de arroz arbóreo; 1 litro de caldo de carne; 100 g de espinafres; 200 g de shimeji; 35g de manteiga; 50 g de parmesão ralado na hora; 1 dente de alho; 1/2 cebola picada; 1/2 cálice de moscatel; 1 colher de sopa de azeite. Depois de lavar e separar os os cogumelos em raminhos, salteei os em manteiga e alho e acrescentei os espinafres. Reservei. Na mesma panela, sem limpar, fiz um ris

Quiche de abóbora e queijo feta

Nada oficial, mas não consigui esperar mais: despeço-me hoje do inverno com uma Quiche de abóbora menina e queijo feta. Lembrando que hoje é sexta-feira e todo o esforço na cozinha deve ser reduzido, esta receita deu mesmo jeito. A única parte trabalhosa foi descascar e cortar a abóbora em cubos. Depois disto foi quase como fazer uma pizza. Eu sempre gostei de abóbora, de todos os tipos, especialmente da doçura da abóbora menina, mas só hoje eu descobri que ela é uma fruta de inverno! Bem, esta vontade de cozinhar abóbora não aconteceu por acaso. No início desta semana eu comprei queijo feta para uma salada de rúcula, melancia e feta e tinha sobrado um montão no frigorífico. Na verdade, quase o pacote todo. E, outro dia, fazendo as minhas leituras de receitas, encontrei uma de um dos meus cozinheiros preferidos. Tratava-se de uma quiche de abóbora, mas com queijo Stilton. E foi nesta tarte do Yotam Ottolenghi (mais uma vez) que me inspirei para o prato de hoje. É claro que trocar

Caril de couve-flor e batata

Tenho tido uma semana de muita comida boa, mas nem sempre a comida boa é a melhor opção para quem quer se manter saudável e em forma. Foi a pensar nisto que decidi fazer hoje este prato vegetariano, que há tempos venho adiando: caril de couve-flor e batata. Este é daqueles pratos que a gente tem a certeza que é bom, mas que de tão simples não impressionam. Pois é mesmo este o motivo de eu nunca o ter metido na panela. Para além disso, cá em casa podem perfeitamente confundi-lo com sopa (Que sacrilégio!).  Por outro lado, o que me impressiona neste prato, como sempre, é a delicadeza da couve-flor elevada à rainha num caril. Daí que a gente vê que não sabe mesmo da missa a metade. Para esta delícia e tão veggie receita eu usei: 2 colheres de sopa de azeite; 1 cebola grande cortada aos pedaços; 1 couve-flor cortada; 2 batatas cortadas aos pedaços; 2 dentes de alho; 1/2 lata de tomates aos cubos; 1 colher de sopa pó de caril; 1 colher de sobremesa de cominhos; 1 co

Tarte de coco e lima

Numa destas minhas viagens pelo mundo das receitas, certa vez encontrei uma sobremesa deliciosa que, basicamente, era composta por uma mousse de coco, morangos aos pedaços e espuma de lima. Já não me recordo onde fui buscar a receita. E, muitas vezes, arrependo-me de não registar cada uma das minhas descobertas, para além daquelas que coloco aqui no blog. O fato é que eu queria uma receita fácil e rápida com os mesmos sabores, para oferecer como sobremesa a uns amigos que vieram jantar cá em casa ontem.  Então, eu resolvi improvisar uma tarte de coco e lima para servir com sobremesa. E, para esta receita, eu usei: Para a massa: 200 g de bolacha Maria; 95 g de manteiga; 20 g de coco ralado. Triturei tudo e levei ao forno a 200ºC por 15 minutos. Para o recheio: 1 lata de leite condensado; 250 g de iogurte grego; sumo de uma lima; 2 gemas; 100 ml de leite de coco; 30 g de coco ralado (opcional). Bati tudo. Despejei sobre a massa assada e levei ao for

Panquecas de banana com aveia

Obaaaa... hoje é sexta-feira! A gripe ainda não me deixou completamente, mas já estou bem melhor. Acordei cheia de apetite. E, quase que de imediato, coloquei em prática uma receita de panqueca de banana com aveia, que é uma delícia. Super simples e rápida de se fazer: 1 banana madura amassada; 1/3 de copo de aveia; 2/3 copo de farinha de trigo; 2/3 de copo de leite; 1 colher de sopa de óleo vegetal (acredito que seja possível com manteiga); 1 colher de sopa de acúcar; 1 colher de chá de canela; 1 pitada de sal; Coloquei as panquecas de três me três numa frigideira aquecida e untada com manteiga em fogo médio. As panquecas sozinhas são uma delícia. A banana deixa-as húmidas e aveia lhes confere a textura necessária. Mas eu sou gulosa. Servi com cubos de coco desidratado e xarope de ácer.

Pudim de leite-creme com tapioca

Depois de três dias, os piores sintomas de gripe estão quase a passar, mesmo assim, achei que precisava de um miminho hoje. E nada melhor que uma sobremesa daquela que parece ter sido feita pela avó. Melissa Clark está sempre a surpreender-me e a me inspirar com suas receitas. Consegue fazer pratos incrivelmente saborosos e transformar receitas simples em algo requintado.  A receita de hoje é de sua autoria. Chamei de pudim de leite creme com tapioca, porque, na verdade, é quase um leite-creme, feito com tapioca no lugar do amido de milho e, depois, levado ao forno. A adição da tapioca em pérolas, no entanto, confere uma nova textura ao doce. Para a sobremesa de hoje eu usei: 3 copos de leite; 1 copo de nata fresca (creme-de-leite fresco); 1/3 de copo de tapioca em pérolas; 4 gemas; 1/3 açúcar demerara; 1 pau de canela; 45 g de açúcar para polvilhar. O único problema desta sobremesa é que temos de estar pelo menos meia hora a mexer o creme e depois esperar que ele asse

Tagliatelle com molho de tomate assado e gambas

Hoje não  estou nos meus melhores dias. Dormi mal e acordei ainda pior: com febre e dores no corpo. Sim, a gripe apanhou-me. Eu não me deixo abater, mas admito que a intensidade com que vivo o dia, quando estou gripada, é residual. Entretanto, eu não gostava de abandonar o blog e, por isso, fiz um prato que exigia pouco de mim: Tagliatelle com molho de tomate assado e gambas. Não faltam receitas de molho de tomate assado na internet. Mas eu preferi seguir a minha intuição e algum conhecimento que tenho adquirido durante esta minha jornada de cozinheira. Então, assei durante uma hora, 500 g de tomate-cereja em cacho, temperado com sal, pimenta, ervas secas italianas , e regado com azeite . Esperei arrefecer um bocado e triturei tudo com um dente pequeno de alho. Cozi o tagliatelle, conforme indicado na embalagem. E servi com gambas ao pesto de mangericão e rúcula.

Leite de soja e biscoitos de okara

O meu pequeno-almoço hoje foi todo produzido por mim, cá em casa: leite de soja e biscoitos de okara. Em tempos uma amiga disse-me que fazia leite de soja em casa. Eu adorei a ideia, mas pensei que talvez fosse mais prático e mais barato comprar a caixinha de leite de soja no supermercado. Mas, ontem, fui picada pelo bichinho da curiosidade e decidi tentar fazer o meu próprio leite de soja. O processo é um pouco demorado, mas é bem fácil.  A primeira coisa a se fazer é meter 100 g de grãos de soja a demolhar por quatro horas. Depois, adicionar 600 ml de água  e 45 g de aveia  juntamente com a soja demolhada numa panela de pressão (slow cooker) e cozinhar, em fogo, baixo durante 30 minutos. O segundo passo é processar tudo numa liquidificadora ou com uma varinha mágica (blender) e coar. Este é o passo mais chato pois deve ser feito com recurso a um pano de cozinha bem fininho, para garantir que não passam soja e aveia moídas.  Como terceiro e último passo, deve-se adicionar

Panna cotta de rosas com nectarina e coulis framboesas

Daqui a nada estamos na primavera. Pensei nisto no caminho do café para casa, hoje à tarde, ao reparar que, na relva, já se notam pequenos pontos brancos e salpicos de amarelo, que mesmo o olhar pouco atento percebe neles as formas de minúsculas margaridas. Também tenho visto magnólias e cerejeiras. Então, porque não fazer uma sobremesa que saiba a este início de primavera que se aproxima? Lembrei-me daquelas deliciosas panquecas de nozes e rosas de autoria de Yotam Ottolenghi e foi nesta receita que fui buscar inspiração para o doce de hoje. Para fazer a minha Panna cotta de rosas eu usei: 200 ml de natas; 200 ml de leite; 1 colher de café de água de rosas; 60 g de açúcar de confeiteiro; 10 de gelatina em pó. Juntei na panela as natas, o leite o açúcar e deixei aquecer até os 75 graus. Depois de aquecido juntei a água de rosas e a gelatina desidratada e mexi. Distribuí pelas taças e deixei endurecer por 4 horas, mas depois de duas horas já estava bem firme. Entretant

"Coxinha Romeu e Julieta"

Levantei-me hoje da cama com uma ideia fixa: experimentar uma coxinha de goiabada e queijo, mas com massa doce. Há cerca de um mês ouvi falar do "cochurros", que era, na verdade, a massa de churros recheada com doce-de-leite, com formato de coxinha. Mas eu queria algo mais e, por isso, estava disposta a falhar. Como este é um blog sobre as minhas experiências, talvez fosse bom partilhar também o que corre mal na minha cozinha;  Há cerca de um mês, partilhei a minha experiência a fazer broinhas de milho. Notei que o princípio do processo para as fazer assemelhava-se muito à confecção da massa de coxinha de frango, apesar de doce. Desde aquele dia que não me saía da cabeça a ideia de fazer uma coxinha com a massa da broinha, antes de levar os ovos. Então, me lancei ao desafio e juntei na panela: 1/2 chávena de leite; 1/2 chávena de água; 75 g gramas de manteiga (muito!); uma colher de sopa; 1 colher de chá de sementes de erva-doce; 2 colheres (sopa) de açúcar;

Salmão com crosta de broa de milho

Eu não consigo eleger uma comida preferida, mas o salmão é, de longe, o peixe que eu mais aprecio. Hoje eu preparei lombos de salmão com crosta de pão, mais especificamente a broa de milho. Parece que está na moda, no mundo da culinária caseira, a utilização de Panko, um tipo de pão japonês que não deixa nenhuma crosta de pão ficar mal. Mas eu sou bem avessa à moda e, por isso, eu usei broa de milho para preparar a minha. Usar a crosta é uma boa forma de conservar a humidade do salmão no forno. E, mais do que isso, evitar reclamações de que o peixe ficou seco. Para fazer a crosta eu usei: 250 g de broa de milho; Duas colheres (sopa) de salsa; Um dente de alho; 30 ml de azeite; Raspas de casca de limão; Uma pitada de sal; Para o salmão: 1 k de salmão (três lombos grandes); 3 colheres (sobremesa) de mostarda biológica; sal q.b.; pimenta-preta moída na hora q.b. crosta de broa até cobrir o salmão; Não encontrei nenhuma dificuldade na preparação. É o sa

Carne estufada em vinho tinto

Desde que me lancei neste desafio de manter um blog sobre o que eu e a minha família comemos cá em casa - pois é essencialmente isto que faço, tornar público os pratos que saem da minha cozinha e presidem a minha mesa todos os dias - que tenho vontade de fazer o celebrizado cozinhado de carne: boeuf bourguignon. No entanto, a receita não é lá muito prática para ser feita numa quarta-feira.    O boeuf bourguignon é, na verdade, um prato que camponeses da região de Borgonha, em França, costumavam comer aos domingos ou em dias de festa. O prato tem este nome justamente por reunir as duas produções que marcam aquela região francesa: o gado e o vinho. O prato era feito com partes menos nobres do animal, daí a necessidade de juntar o vinho, que servia para amaciar a carne, e de um cozimento longo - cerca de 3h no forno. Como hoje não é domingo e nem eu estou em França eu decidi improvisar o meu picadinho de carne cozida em vinho. Mas este estufado leva apenas 40 minutos na panela de

Sopa de alho francês aromatizada com ervas

A receita de hoje não é nada de especial. E, entretanto, tem tudo de especial. Primeiro porque atende a um pedido de uma amiga querida, ex-colega de doutoramento, que resolveu ir-se embora de Portugal e voltar para a sua terra natal, no nordeste brasileiro. Depois porque é o post de número 50, desde que eu comecei a descrever as minhas aventuras culinárias num blog. Penso já ter dito que a sopa não é uma das minhas entradas favoritas. Mas, para mim, um prato com sopa simboliza o acolhimento, a gratidão e a cumplicidade de quem o oferece. Mas, também, um ato de resignação, de aceitação de quem o recebe. Quando oferecemos um prato de sopa a alguém estamos a conceder-lhe, ainda que de forma subliminar, o direito de regressarem mais vezes a nossa casa, quer por amizade quer por necessidade, ou, simplesmente, por vontade. Oferecer um prato de sopa é como dar um abraço fraterno. Fiz esta sopa (ou uma muito semelhante), como entrada para um jantar que ofereci, cá em casa, para esta minha ami