Avançar para o conteúdo principal

Oh linda tapioca

O meu pequeno almoço é tudo, menos diversificado. Café preto, para acordar, e uma papa de aveia, feito com leite de aveia, para saciar. De vez em quando, muito de longe a longe, como um iogurte grego com sementes de chia e mel. Não tolero muito o leite pela manhã. E, quando digo leite, refiro-me a todas os seus derivados, incluindo o iogurte, que acabei de citar. Eu adoro cozinhar e inventar comidinhas novas, mas de manhã eu só quero é me despachar e tão ter de pensar muito no que comer.
Há 10 anos que moro em Portugal e que o meu sonho de consumo tem sido saborear uma bela tapioca no desjejum. É ridículo dizer isso mas, só recentemente soube, por uma colega do ginásio, onde é que se pode comprar a farinha de tapioca desidratada, ideal para este tipo de prato. Eu só precisa pensar se, o trabalho de procurar aquela lojinha de produtos brasileiros, na baixa do Porto, valia à pena. Como voltei recentemente de São Paulo, para onde fui de férias, pensei que talvez pudesse adiar a tal busca pelo tesouro. Em vez disto, fiz uma pesquisa na Internet sobre como fazer a tapioca e descobri uma receita ridiculamente fácil e que, às vezes, só é preciso por a cabeça para funcionar.
A farinha de tapioca nada mais é que fécula de mandioca hidratada. O polvilho doce que eu uso para fazer o pão de queijo é a mesma fécula de mandioca, sem a hidratação. Não é preciso ser muito bom em matemática para saber que, para fazer tapioca, bastava meter água, literalmente, no polvilho doce. Foi exatamente o que fiz para me transportar diretamente de volta para o Brasil, mais precisamente, para Olinda, no estado do Pernambuco, onde a iguaria é tradicionalmente concebida. Sem precisar de ir à baixa do Porto, porque polvilho de doce se encontra em qualquer supermercado. A proporção é a seguinte: para 500 g de polvilho doce, coloca-se 300 ml de água. Frigideira anti-aderente aquecida em lume brando, tapioca peneirada para dentro e, em meia dúzia de minutos, está pronta aquela tapioca.Fugindo ao tradicional recheio de coco, eu optei pela Nutella com doce de natas.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Creme de ervilha e couve-flor

Numa segunda-feira normal eu nunca faria sopa ou qualquer outro caldo quente ao almoço. Almoço sempre sozinha, por isso, as minhas refeições ao almoço costumam ser rápidas. Adoro legumes e hortaliças, mas prefiro-os crus (e, desde que comprei um espiralizador, ando a espiralizar tudo o que encontro rs). Quanto à sopa, tenho a noção, talvez errada, de que demora imenso tempo a preparar, mesmo quando posso contar com uma robô de cozinha que quase a faz por mim.  Mas hoje foi um dia especial: segunda-feira de Páscoa. E o que isto tem a ver com a sopa? Diretamente, nada.  Na verdade, a segunda-feira de Páscoa, para mim, ainda soa um bocado estranho. Não duvido que seja porque em algumas aldeias, cá em Portugal, ainda seja preciso esperar pelo compasso às segundas. Embora tenha a noção de que, desde que cá vim morar, há mais de 10 anos, esta tradição tenha vindo a diminuir.  De qualquer forma, com ou sem compasso, na segunda-feira após a Páscoa ainda não há aulas. E os miúdos ficam ond

Pãozinho de batata-doce e chia

Prometido é devido. Quando postei a receita das trufas de chocolate, feitas com as sobras de batata-doce, eu disse que postaria a receita do pãozinho deste tubérculo que eu adoro. Infelizmente, daquela fornada de pão, não sobrou nenhum para contar a história. Então tive de repetir a receita para cumprir a minha promessa. Confesso que não foi sacrifício nenhum. Na verdade, este pãozinho é uma versão da receita da Gabriela Pugliese. Outra receita, também  muito semelhante, já foi publicada na revista CasaVougue. Este pão tem uma textura muito semelhante ao do pão-de-queijo brasileiro, mas com bem menos gordura, pois não leva queijo parmesão. Também é um pãozinho bastante versátil para quem tem problemas com a lactose ou  com o gluten. Ideal para os veganos, pois também não leva ovos. Para 12 pães, de 50 g cada um, são precisos: 350 g de batata-doce (abóbora ou inhame) desfeitos em puré; 130 g de polvilho doce; 70 g de polvilho azedo; 55 g de azeite de oliva; 20 g de sem

Quibe de batata-doce e quinoa

O Kibbeh ou Quibe (como seria a grafia em português) é um prato ordinário no médio oriente. Normalmente confeccionado com carne de borrego, menta picada, cebola e bulgur (um tipo de trigo), pode ser servido de inúmeras maneiras. Ontem, procurando por receitas novas e rápidas para preparar para o meu almoço, deparei-me com uma versão vegetariana de Quibe de abóbora e quinoa e resolvi reinterpretá-la, como é do meu feitio.  No lugar da abóbora eu coloquei batata-doce e, em vez de quinoa branca, eu usei quinoa vermelha. Esta receita é bem prática e leva apenas uns 10 minutos a preparar, desde que, como eu, você tenha sempre quinoa cozinha no frigorífico. Facilita-nos muito a vida. Do contrário, será necessário despender mais uns 20 minutos, que é o tempo de cozedura da quinoa. Para uma dose individual (se for fazer familiar, basta aumentar na proporção), eu usei os seguintes ingredientes: 1 batata-doce de polpa laranja (pequena); 4 colheres de sobremesa de quinoa vermelha cozida;