Avançar para o conteúdo principal

Sopa de alho francês aromatizada com ervas

A receita de hoje não é nada de especial. E, entretanto, tem tudo de especial. Primeiro porque atende a um pedido de uma amiga querida, ex-colega de doutoramento, que resolveu ir-se embora de Portugal e voltar para a sua terra natal, no nordeste brasileiro. Depois porque é o post de número 50, desde que eu comecei a descrever as minhas aventuras culinárias num blog.

Penso já ter dito que a sopa não é uma das minhas entradas favoritas. Mas, para mim, um prato com sopa simboliza o acolhimento, a gratidão e a cumplicidade de quem o oferece. Mas, também, um ato de resignação, de aceitação de quem o recebe. Quando oferecemos um prato de sopa a alguém estamos a conceder-lhe, ainda que de forma subliminar, o direito de regressarem mais vezes a nossa casa, quer por amizade quer por necessidade, ou, simplesmente, por vontade. Oferecer um prato de sopa é como dar um abraço fraterno. Fiz esta sopa (ou uma muito semelhante), como entrada para um jantar que ofereci, cá em casa, para esta minha amiga. Tenho a certeza de que ela se vai lembrar daquela sopinha e, quando o fizer, vai-se abrir um sorriso largo em sua cara. Assim, hoje foi pra panela a minha versão de sopa de alho francês. Para este creme aveludado e muito saboroso, foram para a panela:

3 colheres de azeite; 1 cebola média picada; 2 dentes de alho; 1 cenoura média; 250 g de alho francês (alho poró); 300 g de batata; 300 g de courgette; 1 colher (sobremesa) de sal; 2 folhas de louro; 1 ramo de tomilho; 2 ramos de alecrim; 2 ramos de salsa; 1 pitada de pimenta-preta moída na hora; 6 copos de água;

Numa panela de pressão, refoguei a cebola, a cenoura e o alho no azeite. Quando a cebola começou a ganhar cor, acrescentei os restantes legumes e a água. Com as ervas fiz um bouquet gani e deitei na panela para cozer junto com os legumes. Deixei cozer na pressão, por 15 minutos. Passei a sopa com a varinha mágica. Mas acho que ficaria excelente servida aos pedaços. Servi com pedaços de pão frito, tipo croûton.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Creme de ervilha e couve-flor

Numa segunda-feira normal eu nunca faria sopa ou qualquer outro caldo quente ao almoço. Almoço sempre sozinha, por isso, as minhas refeições ao almoço costumam ser rápidas. Adoro legumes e hortaliças, mas prefiro-os crus (e, desde que comprei um espiralizador, ando a espiralizar tudo o que encontro rs). Quanto à sopa, tenho a noção, talvez errada, de que demora imenso tempo a preparar, mesmo quando posso contar com uma robô de cozinha que quase a faz por mim.  Mas hoje foi um dia especial: segunda-feira de Páscoa. E o que isto tem a ver com a sopa? Diretamente, nada.  Na verdade, a segunda-feira de Páscoa, para mim, ainda soa um bocado estranho. Não duvido que seja porque em algumas aldeias, cá em Portugal, ainda seja preciso esperar pelo compasso às segundas. Embora tenha a noção de que, desde que cá vim morar, há mais de 10 anos, esta tradição tenha vindo a diminuir.  De qualquer forma, com ou sem compasso, na segunda-feira após a Páscoa ainda não há aulas. E os miúdos ficam ond

Pãozinho de batata-doce e chia

Prometido é devido. Quando postei a receita das trufas de chocolate, feitas com as sobras de batata-doce, eu disse que postaria a receita do pãozinho deste tubérculo que eu adoro. Infelizmente, daquela fornada de pão, não sobrou nenhum para contar a história. Então tive de repetir a receita para cumprir a minha promessa. Confesso que não foi sacrifício nenhum. Na verdade, este pãozinho é uma versão da receita da Gabriela Pugliese. Outra receita, também  muito semelhante, já foi publicada na revista CasaVougue. Este pão tem uma textura muito semelhante ao do pão-de-queijo brasileiro, mas com bem menos gordura, pois não leva queijo parmesão. Também é um pãozinho bastante versátil para quem tem problemas com a lactose ou  com o gluten. Ideal para os veganos, pois também não leva ovos. Para 12 pães, de 50 g cada um, são precisos: 350 g de batata-doce (abóbora ou inhame) desfeitos em puré; 130 g de polvilho doce; 70 g de polvilho azedo; 55 g de azeite de oliva; 20 g de sem

Quibe de batata-doce e quinoa

O Kibbeh ou Quibe (como seria a grafia em português) é um prato ordinário no médio oriente. Normalmente confeccionado com carne de borrego, menta picada, cebola e bulgur (um tipo de trigo), pode ser servido de inúmeras maneiras. Ontem, procurando por receitas novas e rápidas para preparar para o meu almoço, deparei-me com uma versão vegetariana de Quibe de abóbora e quinoa e resolvi reinterpretá-la, como é do meu feitio.  No lugar da abóbora eu coloquei batata-doce e, em vez de quinoa branca, eu usei quinoa vermelha. Esta receita é bem prática e leva apenas uns 10 minutos a preparar, desde que, como eu, você tenha sempre quinoa cozinha no frigorífico. Facilita-nos muito a vida. Do contrário, será necessário despender mais uns 20 minutos, que é o tempo de cozedura da quinoa. Para uma dose individual (se for fazer familiar, basta aumentar na proporção), eu usei os seguintes ingredientes: 1 batata-doce de polpa laranja (pequena); 4 colheres de sobremesa de quinoa vermelha cozida;