Avançar para o conteúdo principal

Porco na pressão com redução de anis e mel


Depois de três dias de férias de Páscoa, está na hora de regressar ao blog. Não, eu não estive estes três dias a descansar. Pelo contrário, cozinhei muito. 
Fiz uma versão de folar com a receita do "pão de deus", que já postei aqui. Fiz coquinhos, na Bimby. Fiz tarte de chocolate com açúcar de laranja. Até queimei uma receita inteira de praliné de amendoins. A sério, só me apetecia chorar ao ver aquele amendoim todo torrado na panela. 
O prlainé de amendoim faz-me regressar à infância. A minha avó materna costumava fazê-lo na Páscoa, para rechear ovos coloridos. Cascas de ovos que ela guardava o ano todo e, quando chegava a Páscoa, as pintava e as recheava com aqueles amendoins envoltos numa crosta de açúcar. Punha os ovos em ninhos,  feitos muitas vezes com tiras de jornal, e os escondia no quintal. Esta receita foi-me passada pela minha tia Lúcia, irmã mais velha do meu pai. Desde então, tenho feito questão de a repetir todos os anos, na Páscoa.
Este ano não teve praliné. Mas teve muitas outras coisas boas. 
Enfim, apesar deste fim de semana de comilança, hoje fiz uma carne de porco, na pressão. Fui buscar a receita quase toda aqui, mas na hora de meter na panela, apeteceu-me juntar uma estrela de anis e uma colher de sopa de açúcar mascavo escuro. Depois de 45 minutos de panela de pressão, a carne quase que se desfazia. Quase que se podia comer de colher. 
O molho, claro,  precisou de mais algum tempo para reduzir. Acrescentei um pouco de mel para apressar o processo. Para acompanhar , alho francês e arroz. E porque não, um puré de batata doce com grão de bico?
Para este prato foram pra panela:

900 g de carne de porco para assar;
1 cebola picada;
2 colheres (chá) de mostarda em grãos;
3 colheres de sopa de azeite;
1 dente de alho grande;
1 colher (sopa) de páprica;
sal q.b.;
pimenta q.b.; 
1 folha de louro;
1 colher (sopa) bem cheia de mel;
1 estrela de anis;
1 colher (sopa) de açúcar mascavo;
1 colher de café de piri-piri seco moído (opcional);
rebentos de mostarda para decorar (opcional).


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Creme de ervilha e couve-flor

Numa segunda-feira normal eu nunca faria sopa ou qualquer outro caldo quente ao almoço. Almoço sempre sozinha, por isso, as minhas refeições ao almoço costumam ser rápidas. Adoro legumes e hortaliças, mas prefiro-os crus (e, desde que comprei um espiralizador, ando a espiralizar tudo o que encontro rs). Quanto à sopa, tenho a noção, talvez errada, de que demora imenso tempo a preparar, mesmo quando posso contar com uma robô de cozinha que quase a faz por mim.  Mas hoje foi um dia especial: segunda-feira de Páscoa. E o que isto tem a ver com a sopa? Diretamente, nada.  Na verdade, a segunda-feira de Páscoa, para mim, ainda soa um bocado estranho. Não duvido que seja porque em algumas aldeias, cá em Portugal, ainda seja preciso esperar pelo compasso às segundas. Embora tenha a noção de que, desde que cá vim morar, há mais de 10 anos, esta tradição tenha vindo a diminuir.  De qualquer forma, com ou sem compasso, na segunda-feira após a Páscoa ainda não há aulas. E os mi...

Pãozinho de batata-doce e chia

Prometido é devido. Quando postei a receita das trufas de chocolate, feitas com as sobras de batata-doce, eu disse que postaria a receita do pãozinho deste tubérculo que eu adoro. Infelizmente, daquela fornada de pão, não sobrou nenhum para contar a história. Então tive de repetir a receita para cumprir a minha promessa. Confesso que não foi sacrifício nenhum. Na verdade, este pãozinho é uma versão da receita da Gabriela Pugliese. Outra receita, também  muito semelhante, já foi publicada na revista CasaVougue. Este pão tem uma textura muito semelhante ao do pão-de-queijo brasileiro, mas com bem menos gordura, pois não leva queijo parmesão. Também é um pãozinho bastante versátil para quem tem problemas com a lactose ou  com o gluten. Ideal para os veganos, pois também não leva ovos. Para 12 pães, de 50 g cada um, são precisos: 350 g de batata-doce (abóbora ou inhame) desfeitos em puré; 130 g de polvilho doce; 70 g de polvilho azedo; 55 g de azeite de oliva; 20...

"Baião de dois à portuguesa"

Quando eu li a receita deste prato fiquei sem saber se o que eu começava a preparar para o jantar era um prato típico da cozinha nordestina brasileira ou se estava a fazer um simples arroz de feijão com chouriço. Por este motivo, eu vou chamá-lo "Baião de Dois" à portuguesa. Não há uma receita única de Baião de Dois. Navegando pela Internet encontrei várias versões e, até, uma história bastante curiosa sobre este prato. Diz-se que o Baião de Dois era inicialmente feito com apenas dois ingredientes: o arroz branco e o feijão de corda. Daí o seu nome. O cozinhado fazia parte da dieta das pessoas simples do campo. Qualquer acrescento de ingredientes ao prato denotava posse de quem o punha à mesa. No nordeste brasileiro, este prato é incrementado com carne seca, mas também há quem o faça com linguiça fumada e, até mesmo, com linguiça calabresa fumada. A minha versão, como já se advinha, leva feijão encarnado e dois tipos de chouriço: beirão e alentejano. Foram para a panela: 1...