Avançar para o conteúdo principal

Carne estufada em vinho tinto

Desde que me lancei neste desafio de manter um blog sobre o que eu e a minha família comemos cá em casa - pois é essencialmente isto que faço, tornar público os pratos que saem da minha cozinha e presidem a minha mesa todos os dias - que tenho vontade de fazer o celebrizado cozinhado de carne: boeuf bourguignon.
No entanto, a receita não é lá muito prática para ser feita numa quarta-feira.  O boeuf bourguignon é, na verdade, um prato que camponeses da região de Borgonha, em França, costumavam comer aos domingos ou em dias de festa. O prato tem este nome justamente por reunir as duas produções que marcam aquela região francesa: o gado e o vinho. O prato era feito com partes menos nobres do animal, daí a necessidade de juntar o vinho, que servia para amaciar a carne, e de um cozimento longo - cerca de 3h no forno.
Como hoje não é domingo e nem eu estou em França eu decidi improvisar o meu picadinho de carne cozida em vinho. Mas este estufado leva apenas 40 minutos na panela de pressão, mais uns 15 minutos na preparação. Basicamente um terço do tempo. Os ingredientes são praticamente os mesmos, mas muda tudo o fato de nem o vinho nem a carne que utilizei para preparar o prato serem de Borgonha. Por isso, eu o chamei de estufado de vaca em vinho tinto. 
Os ingredientes que foram para a panela:
1 kg de carne de vaca cortada aos cubos (carne para jardineira);
200 g de chouriço (opcional);
Três colheres de sopa de azeite;
150 g de bacon;
2 cebolas;
2 dentes de alho;
2 cenouras;
200 g de champignon de Paris;
100 g de mini-cebolas;
Uma colher de sopa de açúcar;
1 litro de vinho tinto;
Um bouquet garni;
Sal q.b.;
Pimenta q.b.;

Tudo que fiz foi dourar o bacon em azeite  e reservar. Dourar a carne no azeite do bacon e juntar todos os outros ingredientes, com exceção das mini-cebolas. Estas "caramelizei" com o açúcar e um bocado de água. Depois de 40 minutos em pressão, a cozer em fogo médio, basta servir com massa (Tagliatelli), puré ou croûtons. O prato é forte e, para mim, não precisa de mais nada.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Creme de ervilha e couve-flor

Numa segunda-feira normal eu nunca faria sopa ou qualquer outro caldo quente ao almoço. Almoço sempre sozinha, por isso, as minhas refeições ao almoço costumam ser rápidas. Adoro legumes e hortaliças, mas prefiro-os crus (e, desde que comprei um espiralizador, ando a espiralizar tudo o que encontro rs). Quanto à sopa, tenho a noção, talvez errada, de que demora imenso tempo a preparar, mesmo quando posso contar com uma robô de cozinha que quase a faz por mim.  Mas hoje foi um dia especial: segunda-feira de Páscoa. E o que isto tem a ver com a sopa? Diretamente, nada.  Na verdade, a segunda-feira de Páscoa, para mim, ainda soa um bocado estranho. Não duvido que seja porque em algumas aldeias, cá em Portugal, ainda seja preciso esperar pelo compasso às segundas. Embora tenha a noção de que, desde que cá vim morar, há mais de 10 anos, esta tradição tenha vindo a diminuir.  De qualquer forma, com ou sem compasso, na segunda-feira após a Páscoa ainda não há aulas. E os miúdos ficam ond

Pãozinho de batata-doce e chia

Prometido é devido. Quando postei a receita das trufas de chocolate, feitas com as sobras de batata-doce, eu disse que postaria a receita do pãozinho deste tubérculo que eu adoro. Infelizmente, daquela fornada de pão, não sobrou nenhum para contar a história. Então tive de repetir a receita para cumprir a minha promessa. Confesso que não foi sacrifício nenhum. Na verdade, este pãozinho é uma versão da receita da Gabriela Pugliese. Outra receita, também  muito semelhante, já foi publicada na revista CasaVougue. Este pão tem uma textura muito semelhante ao do pão-de-queijo brasileiro, mas com bem menos gordura, pois não leva queijo parmesão. Também é um pãozinho bastante versátil para quem tem problemas com a lactose ou  com o gluten. Ideal para os veganos, pois também não leva ovos. Para 12 pães, de 50 g cada um, são precisos: 350 g de batata-doce (abóbora ou inhame) desfeitos em puré; 130 g de polvilho doce; 70 g de polvilho azedo; 55 g de azeite de oliva; 20 g de sem

Polenta com cogumelos

Ainda inspirada pela cozinha de Yotam Ottolenghi, hoje revisitei um prato que eu costumava comer muitas vezes quando era criança, no Brasil: a Polenta. A minha avó materna já cozinhava esta típica comida do norte da Itália e a fazia acompanhar com frango ao molho. Mas, cá em casa, quando há muita carne no fim de semana, eu procuro fazer um prato vegetariano nos dois ou três dias seguintes. E, por isso,eu fui buscar e adaptar esta receita do Ottolenghi, que escreveu durante muito tempo uma coluna no jornal inglês The Guardian sobre a comida vegetariana. Tal como eu, Ottolenghi não é vegetariano e se permite usar queijos, leites e ovos em seus pratos. Assim, a polenta de hoje leva queijo parmesão e manteiga. Mas, no lugar da carne, são os cogumelos que servem de acompanhamento. Tive alguns problemas em "desempelotar" a polenta durante a cozedura, mas isto é porque, muitas vezes, eu complico coisas que são absolutamente fáceis. Usei farinha de milho para fazer a polenta e esti