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Couve-flor gratinada com molho bechamel (sem glúten)

Aventurar-se pelo mundo dos sem glúten, sem lactose, sem qualquer coisa, não é para qualquer um. A gente tende a pensar que é só substituir um ingrediente pelo outro e está resolvido. Ledo engano. Começa logo pela grafia: glúten, gluten, glútem, glutem? Já encontrei de tudo. Mas nada que um dicionário não resolva. Isto tudo para dizer que há mais coisas entre a proteína do trigo e as outras todas do que pode imaginar a nossa vã curiosidade culinária. Inocente nesta matéria, o meu objetivo era simplesmente fazer um molho bechamel sem glutén para gratinar a couve-flor. A ausência do glúten transformou a minha aventura numa verdadeira odisseia. Para realizar a receita, bastava substituir a farinha de trigo da receita original do bechamel pela devida proporção de amido de milho. Até aí, bingo! Tudo começou a complicar quando eu inventei de meter farinha de arroz. Nunca foi tão frustrante ver aquilo tudo cheio de grumos. Para dar à volta a um erro grosseiro destes, varinha mágica.
Molho sedoso e tudo certo? Nem por isso. A receita pedia para gratinar a couve-flor por 20 minutos. E foi o que eu fiz: muito parmesão ralado por cima e cronômetros ligados. Se a intenção de quem testou a receita era uma couve-flor "al dente", não podia ter feito melhor. Mas eu gosto da minha couve-flor mais macia.
Ora, não me podia acontecer mais nada quando, ao retirar o prato do forno, notei que o molho estava um pouco talhado. Mas eu não desisto. Ainda há de vir muito bechamel sem glúten por aí. Este post era para dizer que não se brinca com o molho bechamel sem glúten.

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