Aventurar-se pelo mundo dos sem glúten, sem lactose, sem qualquer coisa, não é para qualquer um. A gente tende a pensar que é só substituir um ingrediente pelo outro e está resolvido. Ledo engano. Começa logo pela grafia: glúten, gluten, glútem, glutem? Já encontrei de tudo. Mas nada que um dicionário não resolva. Isto tudo para dizer que há mais coisas entre a proteína do trigo e as outras todas do que pode imaginar a nossa vã curiosidade culinária. Inocente nesta matéria, o meu objetivo era simplesmente fazer um molho bechamel sem glutén para gratinar a couve-flor. A ausência do glúten transformou a minha aventura numa verdadeira odisseia.
Para realizar a receita, bastava substituir a farinha de trigo da receita original do bechamel pela devida proporção de amido de milho. Até aí, bingo! Tudo começou a complicar quando eu inventei de meter farinha de arroz. Nunca foi tão frustrante ver aquilo tudo cheio de grumos. Para dar à volta a um erro grosseiro destes, varinha mágica.
Molho sedoso e tudo certo? Nem por isso. A receita pedia para gratinar a couve-flor por 20 minutos. E foi o que eu fiz: muito parmesão ralado por cima e cronômetros ligados. Se a intenção de quem testou a receita era uma couve-flor "al dente", não podia ter feito melhor. Mas eu gosto da minha couve-flor mais macia.
Ora, não me podia acontecer mais nada quando, ao retirar o prato do forno, notei que o molho estava um pouco talhado. Mas eu não desisto. Ainda há de vir muito bechamel sem glúten por aí. Este post era para dizer que não se brinca com o molho bechamel sem glúten.
Numa segunda-feira normal eu nunca faria sopa ou qualquer outro caldo quente ao almoço. Almoço sempre sozinha, por isso, as minhas refeições ao almoço costumam ser rápidas. Adoro legumes e hortaliças, mas prefiro-os crus (e, desde que comprei um espiralizador, ando a espiralizar tudo o que encontro rs). Quanto à sopa, tenho a noção, talvez errada, de que demora imenso tempo a preparar, mesmo quando posso contar com uma robô de cozinha que quase a faz por mim. Mas hoje foi um dia especial: segunda-feira de Páscoa. E o que isto tem a ver com a sopa? Diretamente, nada. Na verdade, a segunda-feira de Páscoa, para mim, ainda soa um bocado estranho. Não duvido que seja porque em algumas aldeias, cá em Portugal, ainda seja preciso esperar pelo compasso às segundas. Embora tenha a noção de que, desde que cá vim morar, há mais de 10 anos, esta tradição tenha vindo a diminuir. De qualquer forma, com ou sem compasso, na segunda-feira após a Páscoa ainda não há aulas. E os mi...
Persistência nos leva a vitória.
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