Diz um adágio popular que em equipa que está a ganhar não se deve mexer. Se assim é, porquê não continuar a experimentar e adaptar as receitas com vegetais do Yotam Ottolenghi? A rainha do prato de hoje é a beterraba. Eu gosto de beterraba crua, assada, cozida, na salada, em húmus...mas admito que o seu sabor "terroso" não agrade a muitos paladares. E, por isso, era grande a expectativa quando comecei a preparar uma sopa de beterraba.
Segui a receita passo-a-passo. Não nego que, a meio do caminho, tive vontade de alterar algumas coisas. Saltar alguns passos. Ir direto ao assunto. Eu gosto de comida boa, mas, acima de tudo, gosto de praticidade. Não é o caso desta receita, definitivamente. Antes da sopa, propriamente dita, foi preciso fazer outros quatro procedimentos: assar as beterrabas e o alho durante uma hora, até que a beterraba ficasse tenra; torrificar as amêndoas com a pimenta; caramelizar a cebola e juntar as demais especiarias e fazer o molho de iogurte. Pareceu-me muitos passos para o resultado. Depois de pronta, o sabor a terra da beterraba não ficou disfarçado pelos condimentos. As amêndoas torradas adicionaram crocância, mas, sinceramente, não achei que fizessem falta na composição do prato. Com o molho de iogurte, a sopa ganha alguma graça, mas nada comparada à promessa de um prato de autor, pelo menos para mim.
Enfim, eu quase não queria acreditar que, depois de comer, estava decepcionada. Peguei na beterraba que tinha assado a mais, cobri com uns gomos de laranja, rúcula selvagem, queijo feta e reguei com molho de laranja, azeite, sal e pimenta. O Ottolenghi tem razão: a combinação de laranja com beterraba e "leite coagulado" é muito boa, mas eu fico com a minha saladinha.
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